Garmin e o Covid

Fevereiro 22, 2022
  • garmin e covid

Algum dia tinha de acontecer, e após dois anos armado em ninja acabei por apanhar COVID e que aparentemente sem grandes consequências físicas sem ser as habituais dores de corpo ou alguma tosse, sendo que até pensei que fosse uma gripe pois nem sempre tenho cuidado com a roupa ou corpo molhado depois dos treinos de corrida.

Desde o inicio do COVID em Março de 2020, que sempre se tentou encontrar soluções tecnológicas que detectassem o vírus quase que automáticas, isto porque os testes caseiros só apareceram quase um ano depois. Até essa data não havia qualquer método mais rápido de ver se estávamos ou não infectados, a não ser com um teste PCR mas o seu preço era proibitivo.

Sempre se percebeu bastante cedo que existiam padrões físicos fáceis de identificar porque tal como numa gripe, constipação temos um ritmo cardíaco mais elevado mas graças ao relógio Garmin onde temos acesso a mais métricas, análise mais detalhada à nossa saúde e estado do corpo permitiu-me alavancar e ter uma base mais sólida para tomar decisões de ser logo testado e assim passar o vírus a terceiros.

Fitbit/Xiomi vs Garmin

Nos últimos 5 anos utilizei no meu dia a dia o Fitbit Charge 2, Xiomi Mi Band e por último o Huawei Honor e sempre serviu como barómetro para alguns valores, mas honestamente não mais que isso. Gostava de ver a duração do sono, o ritmo cardíaco pontualmente e a número de passos mas sempre houve uma discrepância de 8 a 10 de batimentos cardíacos ou o número de horas de sono, quando eu começava a dormir ou quando acordava. São wearables baratos e na realidade serve para grande parte da população, para que seja mais motivada e activa.

Métricas

Nos próximos tópicos vou mostrar em tabelas, gráficos, imagens alguns dos números que fui recolhendo desde o que eu considero o dia -1 (como o dia antes de dar positivo) até 5 dias depois. De maneira a partilhar o conhecimento e que possa ser útil a mais atletas a analisar as métricas que levaram o Garmin 735 a indicar que algo se passava com o meu corpo antes de eu saber.

HRV

Adepto confesso do HRV4Training, que usa um sistema de cores para mais fácil interpretação e que ajuda a entender como é que o nosso corpo lida ou não com as cargas, e assim vou gerindo as mesmas evitando por exemplo ter 4 amarelos consecutivos ou 2 vermelhos. Sempre que acordo, a primeira coisa que faço é durante 3 minutos medir o pulso e a variabilidade de frequência cardíaca (HRV) que se refere à variação instantânea de intervalos entre batimentos cardíacos ao longo do tempo.

Dia -2 Dia -1 Dia 0 Dia 1 Dia 2 Dia 3 Dia 4
44 46 20 28 24 30 34

Garmin

Body Battery

Dia -2 Dia -1 Dia 0 Dia 1 Dia 2 Dia 3
87 94 43 31 81 91

Ritmo Cardíaco ao acordar

Dia -2 Dia -1 Dia 0 Dia 1 Dia 2 Dia 3 Dia 4
53.8 62.7 75.3 72.8 73.8 68.7 59.7

Sleep Score

Dia -1 Dia 0 Dia 1 Dia 2 Dia 3 Dia 4
82 30 27 62 72 75

Stress da variação do ritmo cardíaco

Dia -2 Dia -1 Dia 0 Dia 1 Dia 2 Dia 3 Dia 4 Dia 5
32 46 78 80 70 70 45 38

SpO₂

Relativamente a esta métrica, não encontrei grande variação dela ao longo dos dias. Tenho esta medição desligada durante o dia porque é o que mais consome bateria no Garmin e menos utilidade tem. Cada vez leio que os relógios ainda não bons medidores da saturação de oxigénio no sangue e que ainda estão muito longe da fiabilidade dos leitores de pulso de SpO₂

Em imagens

Não fugindo ao cliché, mas uma imagem vale mais que mil palavras e por isso deixo-vos o Stress da Garmin com o Body Battery.

Dia -2

Dia -2

Dia 0

Dia 0

Dia 1

Dia 1

Dia 4

Dia 4

 

Voltar aos treinos

Esta infeção não vem calhar na melhor fase do ano, visto que estou numa altura de carga e já tinha planeado ir ao triatlo Quinta do Lago na distância Sprint, mas provavelmente irei mudar para o Duatlo em Arronches duas semana depois, embora isto possa mudar conforme as sensações nos próximos dias e se consigo voltar rapidamente a meter cargas e intensidades como no final de Janeiro.

Não devemos de todo ficar refens do relógio para tudo ou termos um algoritimo para nos dizer ou não o que devemos fazer. Devemos sim, usar as ferramentas tecnologicas que temos ao nosso alcance e avaliar. It’s smarter to listen to your body and use any information from the watch as an indication, not a prescription.

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